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Muçulmanas denunciam assédio sexual na peregrinação à Meca

A peregrinação à Meca é um dos pilares do Islã, mas a experiência religiosa não vem livre de assédio para muitas mulheres - Getty Images
A peregrinação à Meca é um dos pilares do Islã, mas a experiência religiosa não vem livre de assédio para muitas mulheres Imagem: Getty Images

da ANSA, em São Paulo

21/02/2018 08h02

Em meio a uma série de denúncias de abuso sexual, as mulheres muçulmanas que realizam a peregrinação a Meca — um dos locais sagrados para o islamismo — criaram uma hashtag para relatar os crimes no local.

Através do movimento #MosqueMeToo — fazendo alusão a campanha de Hollywood #MeToo — a jornalista Mona Eltahawy iniciou uma campanha contra o assédio, após uma paquistanesa relatar abusos quando estava na Caaba, local principal do Meca.

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A muçulmana Sabina Khan sentiu uma mão em sua cintura, mas acreditou que era somente um mal-entendido, pois o local é muito cheio. Porém, logo sentiu algo pressionando suas nádegas. Ela utilizou sua — agora deletada - conta do Facebook para reportar o caso.

A ativista Eltahaw também passou por uma situação parecida, que relatou em seu livro "Headscarves and Hymens: Why the Middle East Needs a Sexual Revolution". Contudo, o caso aconteceu em 1982 e, na época, ela não o mencionou nem aos seus pais.

Ainda assim, o atual movimento pelas redes sociais foi criticado pelos fieis.

"Preferiam que eu me calasse para que os muçulmanos não ficassem com uma imagem ruim", disse Eltahaw a uma reportagem do jornal "The Washington Post". Em 2017, a peregrinação à Meca reuniu 2 milhões de pessoas.

De acordo com o Islã, a "haje" é um dos pilares da religião, e deve ser realizada, no mínimo, uma vez na vida entre o oitavo e 13º dia do último mês do calendário islâmico.