Topo

Falar de sexo com os amigos melhora a performance na cama

Sexo deve ser assunto nas conversas com amigos  - Thinkstock
Sexo deve ser assunto nas conversas com amigos Imagem: Thinkstock

Carolina Prado e Veridiana Mercatelli

Colaboração para o UOL

14/11/2017 04h01

O sexo ainda é um tabu porque falamos muito pouco sobre o assunto. “Os preconceitos que existem são prejudiciais para o desenvolvimento da vida sexual do ser humano. Pode ser muito saudável conversar, trocar informações e compartilhar dúvidas e angústias sobre sexo”, diz o psicólogo Rafael Gomes de Oliveira. Mas, antes de sair por aí abrindo o coração com qualquer um sobre suas desventuras na cama, é bom lembrar: existem amigos e amigos. Falar com alguém em quem confia, que ouve sem julgamentos e que não vai passar para frente suas histórias faz toda a diferença.

Veja também:

Para ficar fácil

Sexo é algo natural e faz parte da vida. Se você aceitar isso, será mais tranquilo se abrir com um amigo de confiança, sem culpa ou vergonha. Mas, segundo a psicóloga e especialista em sexualidade Andrea Alves, é melhor tratar desse assunto pessoalmente. Na internet, sempre aumenta o risco de os seus comentários irem parar em mãos erradas. “Por mais que o outro seja amigo, não dá para ter certeza do que ele vai fazer com as informações enviadas”, diz a psicóloga. Além disso, há o risco de alguém ler suas histórias sem o seu amigo saber, se as mensagens estiverem no celular dele, por exemplo.

Questões comuns

É nessa conversa que você vai descobrir que seu amigo, provavelmente, já passou por situações semelhantes às suas. Ou, então, que ele conhece alguém que já saiu dessa. E, talvez, ele possa até ajudar você a encontrar uma solução. Essa é a grande vantagem de dividir suas aflições sobre a vida sexual com alguém em quem confia. Claro, desde que seu amigo consiga contribuir de maneira positiva, esclarecendo a dúvida ou indicando o caminho para isso. “As mulheres, por exemplo, acham que são anormais por não terem orgasmos com penetração. Elas não sabem que a maioria das mulheres não tem orgasmo com penetração. Então, trocar uma ideia com uma amiga pode ajudar a se sentir melhor”, conta Andrea.

Até onde se expor

Seja qual for a sua questão, é importante escolher bem suas palavras e a forma como fala. “Algumas vezes, nós não sabemos direito o que está acontecendo conosco e já vamos com muita angústia acumulada para essa conversa. Assim, podemos desrespeitar a nós mesmos e ao par, sem nos darmos conta”, alerta Priscila Junqueira, psicóloga, especialista em sexualidade humana. Ela indica que se pense um pouco sobre o assunto, para entender exatamente o que está acontecendo, antes de pedir a ajuda de um amigo. Outro cuidado é evitar detalhes muito íntimos. Até para não deixar o amigo desconfortável. “Ele não precisa, por exemplo, saber o tamanho do pênis do seu par”, diz Andrea. A menos que essa seja a característica que está causando problemas entre vocês. 

E se cair na boca do povo?

Segundo o psicólogo Rafael Gomes de Oliveira, o primeiro passo é tentar entender porque seu amigo compartilhou uma informação tão íntima sua. “O amigo pode não ter intenção de prejudicar a imagem do outro, mas a questão do sigilo pode não ter ficado tão clara para ele. Uma boa conversa pode evitar que a amizade acabe e que o problema venha a acontecer novamente”, diz o psicólogo. Agora, se o seu confidente parecer não ligar para o estrago que fez, talvez seja bom rever a amizade ou, apenas, filtrar um pouco melhor o que diz a essa pessoa.

Na falta de amigos

Digamos que seu amigo não tirou suas dúvidas ou, então, que você não teve coragem suficiente para abrir o jogo com ele. Nesse caso, a melhor saída é procurar uma terapia sexual específica -- se for o caso de alguma disfunção, como vaginismo, ejaculação precoce, impotência -- ou uma psicoterapia. “Hoje, temos diversos profissionais capacitados, como psicólogos, sexólogos, endócrinos, urologistas e ginecologistas, prontos a auxiliar nessas questões”, conta Rafael.

FONTES: Andrea P. Alves, psicóloga, especialista em sexualidade, coordenadora do Domus - Centro de Terapia e Família. Priscila Junqueira, psicóloga, especialista em sexualidade humana e professora da USF-Campinas. Rafael Gomes de Oliveira, psicólogo.