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Na vida profissional, determinação vale mais do que talento

Persistência é palavra-chave no trabalho - Getty Images
Persistência é palavra-chave no trabalho Imagem: Getty Images

Gabriela Guimarães e Rita Trevisan

do UOL, em São Paulo

17/11/2017 04h00

Os especialistas em carreira são unânimes em afirmar: ter talento para atuar em determinada área não é garantia de sucesso. No contexto em que vivemos hoje, outras características relacionadas com a inteligência emocional, como a capacidade de persistir e aprender com as derrotas, representam um grande diferencial competitivo.

Persistência é palavra-chave

“Eu circulei muito por incubadoras de empresas e conheci verdadeiros gênios que simplesmente não tinham a perseverança para levar adiante seus projetos, enquanto outros empreendedores menos geniais chegaram lá, simplesmente porque acreditaram em suas ideias”, conta Silvina Ramal, autora de onze livros sobre empreendedorismo e gestão, entre eles Como Transformar seu Talento em um Negócio de Sucesso e Construindo Planos de Negócios. Ela destaca que a possibilidade de persistir em um ideal profissional, diante dos primeiros fracassos, é o que pode fazer a diferença na conquista do sucesso.

Mas, para isso, é preciso encarar as derrotas como uma circunstância conveniente para ampliar o repertório de competências, buscando aprender com os erros. “Não basta aceitar que não funcionou, é preciso entender o que deu errado, para mudar as estratégias”, diz Fernando Mora, master coach, diretor fundador da Ellite Consultoria. É o mesmo que desenvolver a capacidade de ser resiliente, ou seja, lidar bem com as situações negativas da vida, porém, sem se acomodar, buscando caminhos para vencê-las.

Habilidades de relacionamento X habilidades técnicas

Tão importante quanto não perder a fé em si mesmo – e nos planos de crescer profissionalmente – é investir nas habilidades de relacionamento. Afinal, a competência técnica, por si só, não permite estabelecer conexões com pessoas influentes na sua área e que podem abrir as portas para boas oportunidades.

“Estamos vivendo na era do conhecimento e, diferentemente da era industrial, os que se destacam são aqueles que conseguem estabelecer e construir bons relacionamentos. O processo de geração de conhecimento está diretamente associado à capacidade do profissional de trocar ideias e de operar em rede”, explica Mauro Félix, coordenador da Escola de Negócios do Centro Universitário Celso Lisboa.

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É preciso ter um plano

Segundo os especialistas, outro ponto estratégico para a construção de uma carreira sólida é a capacidade de traçar metas e planejar quais ações serão capazes de conduzir ao objetivo final almejado. Um processo que começa com o autoconhecimento.

O primeiro passo é avaliar as suas forças ou pontos fortes e, também, os seus pontos fracos, em que é preciso investir, para desenvolver-se. “Talento sem empenho não vale nada. As pessoas que estão dispostas a saírem de sua zona de conforto para conquistarem novos espaços são as que chegam onde desejam”, diz Mauro.

De acordo com o master coach Fernando Mora, o roteiro de ações para essa evolução pessoal, rumo à ascensão profissional, deve ser orientado por três questões básicas: “O que posso continuar fazendo?”, “O que devo começar a fazer?” e “O que devo parar de fazer?”.

Uma coisa por vez

Definir prioridades é uma das etapas mais importantes do planejamento da carreira. Assim, é possível ir galgando os degraus do autodesenvolvimento de forma gradativa, de olho nas habilidades que o mercado mais valoriza.

Além disso, vale ter em mente que, no caminho da realização profissional, não há outra alternativa senão estudar, aprender, especializar-se. “O conhecimento nunca avançou tão rapidamente como hoje. A chance de se tornar obsoleto em um espaço de tempo muito curto é enorme se o profissional não estiver permanentemente atualizado em sua área de especialidade”, avisa Silvina Ramal, consultora de educação corporativa.

Foco no resultado

Na lista de competências essenciais para o sucesso, os especialistas em carreira incluem, ainda, o nível de comprometimento com a atividade profissional. “Nem sempre estamos no emprego dos sonhos mas, mesmo assim, é importante que o foco seja a superação, que o colaborador tenha um compromisso consigo mesmo, de dar o seu melhor”, conclui Shírley Freitas, coach da Consultoria Ponto C.