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Mães solo contam o que de mais absurdo já ouviram em encontros românticos

Getty Images
Imagem: Getty Images

Gabriela Guimarães

Colaboração para o UOL

13/12/2017 04h00

Além de ter de passar por tantos perrengues no dia a dia, as mães solteiras ainda ouvem barbaridades em encontros, uma prova de que a cultura machista ainda está bastante presente na nossa sociedade. A seguir, veja a história de algumas mulheres que relataram a nada mole vida de uma mãe solo que, sim, tem todo o direito de encontrar quem quiser, namorar e sentir prazer sem julgamentos.

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“Mãe solteira não pode ter frescuras pra sexo casual”

“Tenho algumas histórias absurdas, começando pelo cara que tinha acabado de me conhecer e já veio me dizer: ‘Só quero deixar bem claro logo de início que eu não vou assumir a responsabilidade do teu filho’. Em nenhum momento procurei um pai substituto pro meu filho! A responsabilidade dele é totalmente minha, só procuro um companheiro que o respeite e o trate bem. Deve ser um amigo pro meu filho, não pai. Acho que tem muitos ‘homens’ que acham que se relacionar com mãe solo vai obrigá-lo a pagar as despesas do filho dela. Teve também um cara que eu conversei por uns 2 meses antes de sairmos. No dia do encontro, combinamos em frente a uma choperia. Ele passou de carro e já estava me levando para um motel. Eu questionei e ele mandou: ‘Mãe solteira não pode ter frescuras pra sexo casual. Sei que você está há muito tempo parada, então, me agradeça por isso’.”
Camila Lopes, 25 anos, vendedora

“Me chamaram de fácil por ter uma filha”

“Na verdade, o preconceito vem logo quando se conhece. Eu uso app de namoro e, quando conheço alguém por lá, ou em outro lugar, os homens sempre perguntam o que eu estou fazendo ‘disponivel’ com uma criança novinha assim. Até hoje, TODOS perguntaram do pai da criança. Onde está, se visita, se dá pensão, por que acabou, se assumiu… Acho isso bem desagradável de ouvir no primeiro encontro ou na primeira conversa. Se eu não estou mais com o pai dela (nos separamos na gravidez), não é uma situação confortável de se falar, ainda mais com quem não conheço. Sofri violência doméstica até o 7º mês de gestação. Não acho legal falar disso no primeiro encontro. Depois que me separei, tive duas experiências ruins. Na primeira, me chamaram de fácil por ter uma filha. Na segunda, tentaram sexo no primeiro encontro e, quando disse não, foi essa resposta que tive: ‘Ué, mas você já tem uma filha’. Não vejo uma ligação de uma coisa com outra.”
Christine Xavier, 32 anos, assessora de imprensa

“Vai lá fazer outro filho sem pai”

“A coisa mais absurda que ouvi foi em uma discussão com o meu ex-namorado. Ele disse: ‘Vai lá fazer outro filho sem pai para sua mãe cuidar’. Ele tinha uma ideia errada que toda mãe solteira era ‘puta’. Neste dia, terminei e coloquei ele pra fora de casa. Estávamos juntos há cerca de 3 anos e morando juntos há 1 ano. Não respondi, peguei minha filha, fui embora, e só voltei para a casa depois que ele saiu e tirou as coisas dele. Minha filha tinha 4 anos e escutou. Ele nunca tinha soltado algo assim antes. O que ele sempre ressaltava é que antes de me conhecer, falava que jamais casaria ou namoraria com uma mulher que já tivesse filhos.”
Elaine Nishiwaki, 38 anos, consultora de comunicação

“Não preciso usar camisinha, você já tá grávida mesmo”

“Ainda com um bebê na barriga, tive a brilhante ideia de baixar um Tinder e fazer um perfil. Todos sabiam que eu já estava grávida, não neguei a ninguém. Uma vez, ouvi algo: ‘Não preciso usar camisinha, você já tá grávida mesmo’. Depois que meu filho nasceu, logo que fez três meses, voltei à vida de solteira. Baixei o Tinder de novo. Assistir a um filme em casa com alguém era uma tarefa complicada. Em algum momento, meu filho acordaria. Uma vez, um rapaz disse: ‘Ele não dorme, não? Vou ali comprar uma chupeta pra esse menino ficar quieto.’”
Nathalia Gastaldo, 24 anos, estudante